quinta-feira, 28 de abril de 2011

Miura o esportivo de luxo brasileiro


O projeto do primeiro Miura nasceu em 1975, baseado num desenho do então estudante de arquitetura Nilo Laschuck. Uma tradicional empresa gaúcha fabricante de estofamentos e acessórios para automóveis - a Aldo Auto Capas (mais tarde Besson, Gobbi S.A.), resolveu através de seus dois sócios Aldo Besson e Itelmar Gobbi, diversificar suas atividades apresentando no Salão do Automóvel de 1976, um hatchback que saiu quase artesanal da linha de montagem.

Com lançamento comercial em 1977, o interior do carro trazia acabamento refinado. Com estilo alongado, frente em forma de cunha, faróis escamoteáveis por controle eletropneumático, bancos em couro e limpadores de pára-brisa tinham sua posição de descanso abaixo da linha do capô. O volante, regulável eletricamente em altura, constituí­a outro detalhe exclusivo, mantido em todos os modelos posteriores.

O cupê baixo e longo (1,17m x 4,30m) de linhas agressivas com carroceria de plástico com fibra de vidro e mecânica (câmbio, suspensão e chassis) da VW Brasí­lia 1.600 cc refrigerada a ar, deixou este primeiro modelo bastante pesado - cerca de 900 kg para 54 cv, o que resultou numa performance limitadíssima para as pretensões esportivas do modelo.

Mesmo assim, fez um relativo sucesso de vendas e a pequena fábrica de 1.200 m2 e 60 funcionários expandiu seu espaço para 4.000 m2 e o dobro de empregados(Meu Pai trabalhou na Fábrica como chefe de pintura) . Inicialmente a produção era de apenas 25 carros por mês, sendo aumentada conforme a demanda.

Em 1980 foram comercializados 600 Miuras, inclusive exportados para o mercado sul-americano. Neste ano o veículo sofreu algumas modificações de estilo - a traseira perdeu a terceira porta, ganhando vidro integrado na carroceria e acesso ao motor independente do habitáculo.

Em 1981 o carro deixa de ter refrigeração a ar e recebe o motor 1.6 do VW Passat TS, colocado na traseira e com radiador d'água frontal. Nascia assim o Miura MTS. Isto melhorou o desempenho, mas as limitações do chassis e suspensão antiquados penalizavam o desempenho esportivo.

Para solucionar os problemas do MTS, no Salão do Automóvel de 1982 foi lançado o modelo Miura Targa - um semiconversível inspirado no teto do Porsche 911 com mecânica do VW Passat LS. O chassi tubular projetado e construído pela própria empresa, possibilitou o deslocamento do motor para frente. O peso ficou em 890 kg com o motor 1.6 e 76 cv. A suspensão dianteira passou à McPherson e a traseira com eixo rígido.

Este modelo, ainda com o perfil em cunha, marcou a grande virada da marca gaúcha no mercado de esportivos, tornando-se marca líder no segmento.

No início de 1983 foi lançado o Miura Spider - a versão conversí­vel do Targa, com capota de lona de acionamento manual e imperceptí­vel na aparência do veí­culo quando recolhida.

Uma curiosidade - nesta mesma época a empresa fez uma experiência lançando um outro modelo também conversível, só que mais barato, em cima do chassi da Brasília. Era o Miura Kabrio, mas não fez muito sucesso e teve a produção encerrada com poucas unidades. Trata-se de um modelo extremamente raro da linha Miura.

Em novembro de 1984, por ocasião do XIII Salão do Automóvel, foi lançado o Miura Saga - um cupê três volumes de 2+2 lugares (maior que o Targa) utilizando a mecânica da linha VW Santana, recém-lançada, com motor 1.8.

Em 1986 chegava o requinte máximo em opcionais: computador de bordo com sintetizador de voz que avisava para soltar o freio de estacionamento, necessidade de abastecer ou engatar o cinto de segurança, retirar a chave da ignição. Equipado com célula fotoelétrica para acendimento automático dos faróis, rádio/toca-fitas e equalizador gráfico de som, além da TV (opcional) no painel e bar refrigerado no banco traseiro. Incorporado teto solar, ar-condicionado, direção assistida hidráulica além do já tradicional volante regulável eletricamente em altura e bancos em couro ventilado.

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